A POESIA E A LINGUAGEM FORMAL
Quando se usa a linguagem falada se obtém melhor entendimento,
pois, além da palavra tem-se a entonação da voz, o gestual e a expressão facial
que leva ou promove o entendimento do interlocutor; já na escrita são, apenas,
os caracteres a formar as palavras e a interpretação é puramente extraída via sentidos
e cérebro.
A pontuação
vem, exatamente, promover a substituição desses movimentos expressivos no texto
escrito a facilitar a interpretação; isso, quando o leitor conhece os seus
significados gráficos. Assim, cada sinal
usado ultima-se a representação da linguagem falada.
Na poesia não
é diferente, isso, quando se fala em prosa – contos, crônicas... – a pontuação
acontece ou deve acontecer conforme dita o idioma usado, no caso do Brasil, a
Língua Portuguesa do Brasil. A escrita em forma de prosa facilita o uso da
linguagem formal de comunicação em todas as suas exigências. Isso quer dizer sobre
o uso da língua culta, embora, em determinados casos, o autor prefira usar a
linguagem coloquial, ou seja a linguagem que se usa no cotidiano. Dificilmente
se usa a linguagem culta na comunicação do dia a dia de uma população e essa
fica reservada e obrigatória no sistema institucional público e privado como
universidades, empresas e outros. Tanto na prosa quanto no poema pode-se usar
todos os recursos disponíveis quanto à linguagem, inclusive a pontuação, porém,
ao falar-se em poema a conversa já toma outro caminho.
O poema é
algo como a universalidade da poesia; é seu mundo de estrelas, o ar misterioso
da vida, seu tempo sem tempo, seu caminho sem fim. No poema - com exceção do parnasiano que
exige linguagem rigorosamente dentro do padrão culto – a composição pode ser em
linguagem culta ou coloquial. Conforme se escreve um poema, ele mesmo pode
classificar a linguagem a ser usada. Tem composição que só fica bonita em
determinada linguagem e cabe ao poeta a capacidade de sua identificação.
A pontuação,
elemento importante na escrita, pode ser o embaraço de muitos e em muitas
leituras.
Conforme se
compõe o poema o poeta sente a exigência da pontuação e qual deve ser; outro de
forma alguma admite ser pontuado. E se o poeta quer pontuar é obrigado a mudar todo
ou a maior parte do poema e isso inclui a mudança de palavras, também.
A poesia se determina
e não admite determinações do poeta e muito menos da linguagem, embora o
contrário se aparente.
Agradeço a sua leitura.
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