quinta-feira, 2 de abril de 2015

EM MUNDO DE POESIA - TESOUROS
















Já tem um tempo que tento uma abordagem, mas não conseguia encontrar a ponta da meada e essa poesia veio trazer-me a luz. Obrigada, Jeronimo Poeta Dançarino Madureira, pelo show de poesia.
Caros amigos e leitores leiam essa linda poesia e logo após encontrarão meu texto.

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TESOUROS


Tesouros!
Quem não os quer?
Desde pequeninos somos induzidos a querê-los.

Assisti a diversos filmes,
Ouvi muitos contos da carochinha...
Pensava até que houvesse um no fim do arco-íris.

Imagino que você, que agora me ouve ou me lê,
Também tenha vivido tudo isso.
Faz parte do imaginário humano.

Mas, os verdadeiros tesouros não estão escondidos.
Ao contrário, podem estar bem pertinho.
E, na maioria das vezes, não os percebemos.

Eles não têm valor comercial,
Pois, não são bens materiais,
Contudo, são os tesouros reais.

E, por mais paradoxal que possa parecer,
Não precisamos procurá-los,
Apenas, temos que fazer por merecer.

Meus maiores tesouros são:
Meus filhos, minha família e meus amigos.
Em meu coração, estão sempre comigo.

Jeronimo L. Madureira.
25/03/2015.

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Tesouros... Sim, poeta, tesouros. Tesouros que, hoje, estão rareados no conhecimento das crianças e adolescentes, pois, não estamos a se lhes transmitir. Tesouros, pouco em voga. Tesouros que lhes estamos a negar.  E, ainda, se fala em redução da maioridade.

Ao ver adultos propagando a redução da maioridade penal [de 18 para 16 anos] sou tomada por arrepios tenebrosos. Onde estamos com a cabeça para pensar em medidas dessa natureza se somos nós os responsáveis por essas crianças e jovens? Que mentalidade é a nossa para crucificar quando somos incapazes para educar? Cuspir em pratos que não colocamos comida? E porque a maioridade é lembrada só quando interessa aos adultos? Dirigir não pode, mas pode votar. Viajar sozinho não pode, mas pode ser preso, julgado e condenado. É... Os tesouros estão em fundos de baús.

Um ser nasce limpo como um papel sem uso. Nasce sem qualquer mácula. É um livro que começa a ser escrito por um adulto e essa escrita se estende por 21 anos. Vinte e um anos; quase meia vida submetida ao conhecimento e atos de algum competente ou incompetente, que por sua vez assim esteve um dia.  Aliás, toda uma sociedade faz isso e é, também, responsável pelo que se torna um ser, pois que este nasce sem nada saber. Portanto, não é a criança ou adolescente responsável por seus atos e sim o escritor do livro da sua vida e a própria sociedade [vertentes, várias, de estudos e citações sobre tema].

Toda a natureza tem, apenas, uma forma de seguir, desenvolver, evoluir, seja para o homem, seja para a fauna, a flora... Tudo no universo é criação de uma mesma receita, apenas variando os ingredientes. Então, nos enganamos quando em nosso egoísmo lavamos as mãos. Tornamo-nos réus quando condenamos as nossas crias, penalmente, sejam estas, saídas ou não de nosso ventre.

E para não ficar, esse texto, muito longo, pois sua intenção é, apenas, soar o alarme da ponderação e convidar a sociedade à reflexão, eu digo: Acorda Brasil! Ouça o alertar de que se torna mais seguro e sensato propagar a necessidade de se investir na educação e, insistir e até exigir esse investimento do que propagar o engano da redução da maioridade penal. Fato, esse, que será mais um empurrão a dar no Brasil, rumo ao abismo.

EM MUNDO DE POESIA um sistema sociocultural e econômico e, moralmente falido e, que não investe em educação não tem o direito de implantar correções penais a uma criança ou adolescente, mas pode, sim, ser condenado à reparação de atentar contra a vida daqueles que dependeram, exclusivamente, da educação para se tornarem o que são.

EM MUNDO DE POESIA - não se pune – se educa!


Agradeço se puder comentar, curtir e compartilhar. Obrigada.

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