quarta-feira, 30 de setembro de 2015

EM MUNDO DE POESIA - LIVROS - parte 5- PUBLICAR LIVROS NO BRASIL É UMA FAÇANHA.

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Quando eu disse - em um dos textos que escrevi aqui - que publicar livros no Brasil é uma façanha, eu o fiz dentro da razão.
São tantos artifícios de controle que, realmente, há que se ter ‘paciência de Jó’. Por isso, paga-se caro para ter um livro politicamente correto na sua confecção.  Todo objeto de desejo custa caro, mas, não deveria ser assim, principalmente, quando se fala em cultura. Cultura é como a comida no prato. É alimento. É necessário. É imprescindível! Todos nós temos direito à cultura – tema em questão – tanto no acesso a esta, como na sua produção.
Entremos na questão específica de livros. Porque façanha em se publicar livros no Brasil? Porque tudo que se cria, relativo à livro, é feito em referência à organizações, como editoras, por exemplo. Se o seu livro for produzido por uma editora, ela executará toda a questão de registros devidos para colocar seu livro no mercado. Os valores são embutidos no orçamento, que você recebe sobre a possível publicação de seu livro. Já fez um orçamento desses? Não? Faça!
Caso você decida por uma produção sob demanda você deve cuidar de todos os registros, sendo estes: registro na Biblioteca Nacional; registro de ISBN – são garantias de direitos autorais e provas contra plágio. Aí, além das taxas a serem pagas, pois isso não sai de graça, ainda se tem as despesas de envio com o correio, que não ficam nada baratas. Não satisfeitos, ainda criaram a lei da catalogação, ou seja, o livro tem que trazer uma ficha catalográfica (Cataloging-in-Publication – CIP) na qual vem o registro dos dados sobre o livro: nome do autor, editora, ano de publicação, ISBN e assunto (isso tudo já constava em um livro sem ficha catalográfica e assim era usado para qualquer referência). Mas, na realidade, sua função é outra: A CIP, como é mais citada, é para auxiliar as bibliotecas a selecionar e comprar livros, uma vez que facilita a divulgação destes entre os usuários; facilita às editoras a organização de seus arquivos, catálogos comerciais e matérias promocionais dentro de padrões uniformes e, mais: leva aos livreiros as informações exatas sobre o assunto de que se trata nas obras, com o objetivo de facilitar agrupamento por assunto e favorecer a divulgação. E sabe quanto você paga por isso, hoje? Mais de R$100,00! Isso, mesmo, mais de cem reais! Isso, em cada livro que publicar. Depois de publicado seu livro, você deve cumprir com a “exigência de remessa à Biblioteca Nacional de um exemplar (...) objetivando assegurar a coleta, a guarda e a difusão da produção intelectual brasileira, visando à preservação e formação da Coleção Memória Nacional.” E a despesa com o correio, novamente. Pronto! Ah, e sem esse Depósito Legal o seu livro não pode ser inscrito em concurso promovido pela Biblioteca Nacional.
Dentro de tudo isso, você poderá ter uma soma de R$200,00 a R$500,00, sem contar que, se não souber deixar seu livro pronto para a impressão, inclusive a capa, terá que pagar por isso, também.
No cenário de edição de livros no Brasil, tudo gira em torno de Editoras e não de editores. Tudo que se faz em relação é para controle e não promoção de literatura. Tudo gira em torno de aglomerações. O país não acompanha a evolução. Não sabe ser importante e sua mentalidade é pobre, além do sentimento de inferioridade que carrega em relação aos demais. Tão cheio das desigualdades que combate e ao mesmo tempo as provoca ou as mantém vivas. E quem consegue caminhar sobre esse emaranhado e realizar a proeza de publicar livros sem a existência de qualquer incentivo desse meio, seja por parte do país, seja por parte das aglomerações, é mesmo para ser respeitado. Embora não seja garantia de grande lucro, esse mundo pertence à elite e tudo que se faz é por e para ela – não a elite com significado de ‘melhor que existe’ e sim de ‘dominante’. O mundo da cultura, principalmente, o mundo dos livros, é um mundo elitizado. E como toda elite, esta, também, sobrevive do que produz seu oposto.


EM MUNDO DE POESIA o livro é o alimento que leva à alma a luz do esclarecimento.

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Escrevo nessa coluna como forma de colaboração com a OPB e em nome desta agradeço  seu prestigio em comentar e compartilhar. Obrigada.























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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

EM MUNDO DE POESIA - LIVROS - parte 4 - COM OU SEM EDITORA?

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Antes de tudo cabe dizer, aqui, que nunca enviei escritos meus para editora alguma analisar. Então, nunca ofereci meu trabalho ou tentei algum patrocínio de editora para meus livros.  Nada contra e nem receio de ter meus escritos recusados por elas, pois todo aquele que enviar passa pelo mesmo processo, portanto, corre o mesmo risco, ou seja, estamos todos no mesmo barco. Isso é fato bem natural, até porque uma editora é uma empresa e empresa visa e deve alcançar, pelo menos, sua meta lucrativa. Assim, naturalmente, vai escolher aquele candidato que melhor se encaixar nos objetivos do momento. O fato é que eu não tenho paciência para aguardar uma análise por tempo tão longo, como é o comum de, no mínimo, três meses. E, também, e, principalmente, não me seria vantajoso, por enquanto. Aliás, a Cartilha do Mindim - em inglês - é patrocinada por uma editora - a única. Porém, como foi uma surpresa (adorável surpresa) esse processo de avaliação e aprovação da obra eu passei em branco; como não sabia, não vi nem esperei nada e tomei conhecimento do fato, somente, na assinatura do contrato. É o que posso dizer sobre essa questão.
Mas, a vontade da maioria de quem escreve é ter uma editora cuidando de tudo.
Claro, parece ser mais importante ter quem cuide de tudo e ficar na espera para o grande dia de autógrafos. E tem-se a falsa ideia de ‘status’ quando uma editora assume a publicação.
Afinal, qual a diferença entre publicar por uma editora ou lançar seu livro independente? Praticamente, nenhuma diferença. Em qualquer das três situações, você terá que ter o arquivo do livro pronto, embora esse arquivo vá passar por correção nas duas situações de editoras – a editora que patrocina e a editora que produz mediante pagamento e a terceira situação que é a conhecida produção por demanda. A primeira, que patrocina, faz tudo, você só acompanha e espera. Dessa você vai receber uma porcentagem sobre as vendas do seu livro e só.  A segunda você envia o arquivo para conferência e correção e o restante é com a editora. O pagamento pode ser à vista, geralmente, com algum desconto ou parcelado com entrada estipulada pela editora. Tem editora que só entrega depois de receber a última parcela do valor assumido. Aqui, exclusivamente, varia em aspectos de editora para editora – detalhes de cada uma. Meu primeiro livro - Sonetos ao Jovem - foi feito dessa forma.
Produção ou impressão sob demanda – tenho maior simpatia por essa - aqui, ninguém manda nem dá palpite, por isso mesmo você tem que saber o que faz. Penso que as vantagens, também, são melhores. Mas, você é responsável por tudo. Eles não olham nada. Existem ‘livros’ horrorosos publicados por esta forma, porque autores resolvem publicar e o fazem de qualquer jeito e com erros abomináveis. Acho essa mais objetiva, embora, dê mais trabalho ao autor. Aparentemente, o exemplar sai mais caro, porém, pode ser apenas aparência.
Na primeira, você não ‘gasta’ nada, mas a porcentagem de ganho é pequena, mesmo. Na segunda, você financia tudo e dependendo do quanto faça de livros o custo reduz bastante e em contraponto você desembolsará uma boa quantia em dinheiro, antes de colocar seu livro no mercado. É o mais por menos. Aqui, quanto menos livro faz mais caro sai a unidade. De cada situação você encontra um tipo de reclamação. Todas levam mais vantagens que o autor. Em todas, a melhor forma de você vender mais e mais rápido é na noite de autógrafos que as duas primeiras proporcionam e sob demanda a organização e patrocínio é seu. Mas, não se sinta um excluído, nas outras formas, o preço está embutido nos pacotes. Hoje todas estão com a mesma estratégia de exposição do produto, ou seja, nenhuma vende seu livro e sim alguém compra seu livro. O que todas fazem é expô-lo em vitrines internéticas e as duas primeiras – editoras - em livrarias físicas.
Ah, você está, aí, na sua cidade e quer publicar seu livro, mas, sem qualquer mediação. Então, faça assim: 1- arrume seus poemas em arquivo em estilo de livro, ou peça a alguém, que saiba, para fazê-lo. 2 – Faça todos os registros necessários e isso envolve pagamentos. 3 – contrate uma gráfica para fazer a impressão. 4 – monte – organize – você, mesmo, ou peça para alguém providenciar sua noite de autógrafos ou caso não a queira, monte sua estratégia de vendas para seu livro – essa parte a maioria não gosta mas, é a maioria que faz: a promoção do livro.

EM MUNDO DE POESIA o fato de ter ou adquirir ‘status’ de autor patrocinado por uma editora pode não ser sinônimo de talento e qualidade literária e sim de ‘comerciabilidade’.

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Escrevo nessa coluna como forma de colaboração com a OPB e em nome desta agradeço  seu prestigio em comentar, curtir e compartilhar. Obrigada.



























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